domingo, 10 de agosto de 2008

RIO DE JANEIRO no inverno...



Rio de Janeiro no inverno...


Ahh... a brisa é fria mas o frio é eterno!
Eu sigo a orla ao longo da Barra.
A tarde avança, mas ainda é clara.
Não me é estranha essa sensação de caminhar a esmo...
Seguir sem direção...
Só, comigo mesma.
Sem me importar em ir ou voltar...
Sem ter que chegar a algum lugar...
Andar... andar...
Até cansar!

Não interessa o que aconteça...
Eu não tenho pressa...
Embora não pareça,
a vida não cessa.
Eu sei...
Depois dessa... ela prossegue, ou...
Só recomeça!

Eu sinto o Sol...
Eu sinto o seu calor ameno...
Eu sigo só...
Só, eu sigo, comigo mesma!

Eu sei que você pensa em mim e lembra de mim...
Mas, eu não sou mais a mesma... Mudei...
Tudo é transitório, tudo é ilusório...
Ainda que se pense, que o que se vê é pura realidade.
Na verdade, o que se está a ver,
não é mais que um lapso,
distorcido da eternidade!

O Sol se esvai...
A noite cai tão sutilmente...
Conforme o Sol se vai...
Eu sinto a Terra girar...
Quase que imperceptivelmente...
Assim a gente vai...
Seguindo rumos tão diferentes...
Caminhos desiguais...
Mais e mais distantes...
Definitivamente!

A cidade é um corpo disforme.
Que se espalha enorme sobre a crosta Terrena...
Uma intrigante cena ela desperta e dorme...
E deixa alguns espasmos...
Ou então, se consome em todo o seu marasmo.
Um mundo formigante...
Milhões de habitantes...
Todos tão imersos em seus universos.
Presos aos grilhões do não saber.
Das limitações de todo ser vivente dessa dimensão...
Almas presas aos corpos...
Sob espesso véu de ilusão...
Até que estes estejam mortos,
deixarão então essa condição!
E verão...
Que o corpo é só casual.
Composição genética, constituição carnal.
Eu poderia nascer indiana, africana, viver muitos anos...
Pra depois morrer e voltar a nascer!
Como alemão ou americano.
Porque então tanta animosidade,
se alma não tem nacionalidade?
Alma não tem cor...
Alma não tem sexo...
Esse papo de alma gêmea não tem nexo!

Eu vejo o céu...
Atrás do véu de ilusão...
Um doce lar...
Além do mar da imensidão!

E sinto o Sol...
Eu sinto a brisa...
Eu sou do Rio...
Eu vivo aqui no Rio!



(Barra da Tijuca - RJ )

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